REVOLUÇÃO DE 1930

Dá-se o nome de Revolução de 1930 ou Revolução de 30 ao movimento brasileiro que culminou com a deposição do presidente Washington Luís após o resultado das eleições de 1º de março de 1930 que haviam dado a vitória ao candidato governista Júlio Prestes. Getúlio Vargas tornou-se o chefe do Governo Provisório, dando fim ao período conhecido como República Velha e início a um período de 15 anos de exercício do poder.

Contexto histórico

A crise da República Velha havia-se agravado ao longo da década de 1920, ganhando visibilidade com a mobilização do operariado, com as Revoltas Tenentistas e as dissidências políticas que enfraqueceram as grandes oligarquias, ameaçando a estabilidade da tradicional aliança política entre os estados de São Paulo e Minas Gerais (a "Política do café com leite").

Em 1926, setores descontentes do Partido Republicano Paulista (PRP) fundaram o Partido Democrático (PD), que defendia um programa reformista de oposição. Mas o maior sinal do desgaste republicano era a superprodução cafeeira, alimentada pelo governo com constantes “valorizações” cambiais e generosos subsídios públicos.

Crise de 1929

O ano de 1929 foi um ano marcante para o fim da República Velha. Além de viver uma campanha presidencial, o Brasil é atingido pela crise da quebra da Bolsa de Nova Iorque (Crise de 1929), que compromete o comércio mundial. Alegando defender os interesses da cafeicultura, o presidente Washington Luís, paulista, lança candidato à sua sucessão o governador de São Paulo, Júlio Prestes, do PRP. Ao indicar outro paulista, rompe com as regras da política do “café-com-leite”, pela qual mineiros e paulistas se alternam à frente do governo. Em represália, o Partido Republicano Mineiro (PRM) passa para a oposição, forma a Aliança Liberal com oligarquias de outros Estados e lança o gaúcho Getúlio Vargas para a presidência, tendo o paraibano João Pessoa como vice.

Rebelião

O programa da Aliança Liberal contém reivindicações básicas de forças democráticas de todo o país, como a defesa do voto secreto e da Justiça Eleitoral. Mas em março de 1930 seus candidatos perdem a eleição para a chapa oficial, formada por Júlio Prestes e pelo baiano Vital Soares. A oposição começa a se desmobilizar quando o quadro político é alterado em julho, com o assassinato de João Pessoa, em um crime passional. Os aliancistas atribuem motivos políticos ao crime, responsabilizam as oligarquias e deflagram uma rebelião político-militar.

Primeiros levantes

Chefiada por líderes aliancistas e tenentistas, a revolta é articulada entre o Sul e o Nordeste e tem o apoio de diversos Estados. Começa no Rio Grande do Sul em 3 de outubro, sob o comando de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e Goes Monteiro. Em seguida irrompe no Norte e Nordeste, sob o comando do tenentista Juarez Távora. Sem encontrar resistências, colunas revolucionárias avançam sobre o Rio de Janeiro. Os ministros militares antecipam-se ao movimento e depõem Washington Luís em 24 de outubro.

No dia 3 de novembro, Getúlio chega ao Rio de Janeiro e assume a chefia do Governo Provisório. Nomeia interventores nos Estados, mas tem problemas para acomodar os interesses das forças que o apóiam, compostas por grupos oligárquicos, setores do empresariado industrial, classes médias e do tenentismo. Isto retarda medidas político-institucionais, como a prometida convocação de Assembléia Constituinte, gerando denúncias e manifestações públicas, algumas das quais se transformam em revoltas, como a Revolução Constitucionalista de 1932

Conseqüências

Os efeitos da Revolução demoram a aparecer. A nova Constituição só é aprovada em 1934, depois de forte pressão social. Mas a estrutura do Estado brasileiro modifica-se profundamente depois de 1930, tornando-se mais ajustada às necessidades econômicas e sociais do país. O regime centralizador, por vezes autoritário, da era Vargas estimula a expansão das atividades urbanas e desloca o eixo produtivo da agricultura para a indústria, estabelecendo as bases da moderna economia brasileira.

 

Fonte: Wikipédia